quarta-feira, 27 de junho de 2012

Onde mora o amor?


Não adianta negar, a gente vive procurando amor em algum lugar. Nos cantos, nas ruas, nas esquinas, nos bares da vida, no ônibus, no metrô, no hospital... em qualquer lugar a gente espera que o amor possa nos encontrar. Ou vice-versa. Não importa a ordem quando é amor. O importante pra gente é ter amor. E ser amado.

Procurar amor é diferente de mendigar amor. Não confunda as coisas. Ninguém nasceu para viver de migalhas. Não importa quem você seja. Nem importa os seus erros do passado. Nada disso importa. Você continua sendo gente como tudo mundo é. Você não é diferente de ninguém. E ninguém é diferente de você. Todo mundo está aqui pra viver e amar e ser amado. E viver implica em estar sujeito a erros e acertos. Uns erram mais. Outros erram menos. Mas todo mundo continua sendo igual. Todo mundo procura o amor. Rico, pobre, magro, gordo, branco, negro, azul, amarelo, idoso, criança, bebê, homem, mulher... enfim, todo mundo procura amor.

Não sei bem como explicar, mas a gente é muito insaciável. É esse buraco enorme e insuportável que está dentro de nós. Buraco que deseja ser preenchido. É muita urgência. Por isso, a gente acaba fazendo o que não deveria fazer. Procura em qualquer um. Nem todo mundo tem o que você precisa. Nem todo mundo quer te dar aquilo você pede. Aí, você se machuca. E, no meio de tantas machucaduras, o buraco continua. Maior. Mais sedento. E só resta uma pergunta inquietante: Onde mora o amor? Diga-me, por favor.

O amor mora em algum lugar. Só acha algum lugar, quem procura. Já ouviu dizer que “quem tem boca vai a Roma”? Acho que sim, né? Então, a boca, nesse caso, é a sua esperança. Sua esperança não pode se calar. Não deixa que ela morra. Não fique calado. Procure. Procure mais. Ainda que você se machuque. O amor é cura. E quando você encontra-lo, ele vai te curar de toda essa sua procura insaciável. Talvez o amor já chegou e você nem viu. Já olhou para o lado hoje? Já notou sorriso da sua mãe? Já notou que você abriu os olhos pela manhã e nem se lembrou de agradecer? É o amor de Deus que habita nas manhãs sonolentas, que nem dá vontade de levantar da cama. É o amor que mora nas coisas simples que nos acontecem.

O que acontece é que a gente procura onde não tem. A gente quer ruminar onde só existe oco e vazio. Vazio não preenche vazio. Tem tanta gente cheia de amor. E você nem sorriu pra essa pessoa hoje, né? Toma vergonha. Saia do seu mundinho de conto de fadas e vá para o mundo real. Não fique esperando coisas extraordinárias. O amor é muito, muito, muito simples. O amor mora na leveza dos pequenos gestos. O amor mora onde você menos espera. Não espere mais um “eu te amo”. Palavras são sopradas pelo vento e podem perder o valor. Sei que tem palavra que é sincera e tem um valor imenso. Mas nem todas são. Fique atento aos gestos que dizem: eu te amo. Aos sorrisos que dizem: quero te ver feliz. Aos abraços que dizem: quero te proteger pra nenhum mal te acontecer. Ao colo que diz: não tenha pressa, estou aqui.

O amor mora aqui. O amor mora ali. O amor mora dentro de mim. O amor mora dentro de alguém que eu já conheci. Só que eu nem vi. Você viu? Não? Então procure por ele. Quem procura, um dia, encontra. Ou é encontrado.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Desce do salto


Tem dias que é difícil manter a pose. Não sou mulher, por isso não sei como é andar de salto alto. Mas fico imaginando que tem mulher que deve ter dificuldade pra se manter equilibrada em cima de um. Pelo que vi hoje, deve ser um pouco complicado mesmo. Uma menina passou por mim parecendo que estava andando em corda-bamba. Foi até engraçado. Mas tem coisa em nossa vida que não é tão engraçado assim.

Quando saímos de casa, sempre tentamos manter aquela imagem de pessoa legal, divertida, alegre e de bem com a vida. Mas será que é sempre assim que a gente está? Acho que não. Todo mundo tem os seus dias difíceis. Todo mundo tem os seus dias de desiquilíbrio em cima do salto alto, chamado de vida. A vida é o salto alto mais alto que eu já vi. É o salto mais difícil de se equilibrar. A gente acaba pendendo pra um lado e pro outro. Prende a respiração como se fosse ajudar no equilíbrio. De repente, sente um alivio. Pronto, conseguimos ficar equilibrados.

Pra lá e pra cá, sempre em cima do salto. Acabamos parecendo aquelas crianças que colocam os sapatos enormes de seus pais. Penso que deve ser isso também. A gente quer ser grande. A gente quer saber andar sozinho. A gente não quer ajuda de ninguém. E não adianta os outros dizerem que ainda está cedo pra gente aprender. Seria tão bom se nós déssemos mais ouvidos ao que algumas pessoas nos falam. Deus se esconde atrás das palavras de conselho de quem nos ama.

Você pode me dizer que palavra é só palavra. E conselho é só conselho. Mas conselho a gente dá pra quem a gente ama. E pra quem a gente não quer ver sofrer. Tem gente que te vê todo torto em cima do salto da vida e, fica completamente desesperado. A pessoa só quer te ajudar a se equilibrar. Ela não quer te ver cair. Mas, às vezes, nós somos crianças birrentas que não ouvem o que o pai e a mãe dizem.

Então, a gente vai... sem medo de desiquilibrar e cair. Não importa. Você só quer provar para os outros que você consegue. Mas, é aí que mora o perigo. Nem você nem eu precisamos provar para as pessoas que a gente consegue. Nem todas vão estar lá quando seus pés estiverem cheios de calos e sangrando. Você sangra em silêncio enquanto muita gente faz barulho e te acha um fraco. A gente é fraco mesmo. Não tenha vergonha disso. Ter coragem de assumir que você é, te faz mais forte. Você é forte! Não diga mais que você não consegue. A coisa que mais me irrita, é ouvir uma pessoa dizer que não consegue. É muito negativismo numa pessoa só. Quanto mais você diz que não consegue, mais distante de conseguir você vai estar.

O lugar da chegada é bem longe. Tem muito chão pela frente. Vai chegar um dia que você vai querer tirar o salto e levar na mão só pra aliviar um pouco. Não faz mal. Pés no chão, faz bem. Mas, logo você precisa colocar o salto de novo e continuar.

É tão bom saber que tem gente que nos faz querer descansar e tirar os sapatos. Desce do salto um pouquinho. Perde a pose. Não tem problema. Deixa a pessoa, que te ama de verdade, cuidar de você. Seus calos doem muito. Eles estão sangrando. Eles precisam de um cuidado especial. Mostra o que você está sentindo. Desarma o sorriso falso. Tira a maquiagem. Seja o que você é por dentro. Não tenha medo da pessoa se assustar. Quem ama nunca se assusta com o que o outro mostra. Mas tem compaixão. Compaixão é sofrer com alguém. Compaixão é cuidar da dor que o outro traz. Mesmo não sabendo o remédio certo. Quer saber, o remédio é o amor. O amor faz a gente ficar desarmado. Faz a gente sair do escuro. Faz a gente se entregar nos braços e no coração de alguém. O amor é oásis. O amor é o folego que a gente precisa pra continuar. O amor é a força e a coragem que a gente precisa pra colocar o salto alto da vida e continuar.

A vida é corda-bamba. A vida é salto alto. Nada disso é fácil. Mas é mais difícil quando você não traz amor no peito. Quando você não é, quem você é de verdade. Não importa se você é mulher ou se você é homem. Todo mundo precisa andar no salto alto da vida.

sábado, 23 de junho de 2012

Divirta-se



“Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica pra tudo, pare de contabilizar prós e contras, pare de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente, divirta-se.”

— Martha Medeiros

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Estou me contradizendo. Posso?


Sou uma pessoa extremamente difícil de ser entendida. Um dia, eu quero uma coisa. No outro dia, eu quero outra coisa totalmente diferente do que queria anteriormente. Estou numa fase de me contradizer. Estou numa fase de protestar contra mim mesmo. Não quero ser mais o mesmo. Quero mudar. Mas não quero me forçar à mudança. Quero mudar aos poucos. Quero viver cada passo. Quero observar cada paisagem. Não quero recuar o passo e nem avançar mais do que devo avançar. Quero só fazer o que tem que ser feito. E o que tem que ser feito, afinal? Não sei. O que mais me pergunto é o que devo fazer. Se devo fazer. Se é certo ou errado. Acho que é por isso que, às vezes, a vida se torna muito difícil de ser vivida. Penso demais. Penso exageradamente. Não importa a decisão a ser tomada. Decisão pra mim é coisa séria. Decisão é sinônimo de consequência. Ou seria o contrário? Não sei. Agora, tanto faz.

Agora! É isso. O meu agora me angustia e me tira a paz. Estou tão sossegado no meu cantinho e, de repente, vem algo como uma tempestade, me fazendo levantar de ímpeto. Com medo do que pode ser. Sem saber como devo reagir. Não sei se fico. Não sei se vou. Não se me uno à tempestade. Talvez se eu me unisse a ela, entenderia por que ela veio até mim. Confesso que, algumas tempestades, sou eu mesmo quem cria. O céu está azul e limpinho. Mas eu faço questão de criar alguma situação para ele voltar a ficar nublado e cor de cinza. Minha paz se vai junto com o sol. Meu dia fica cinza e eu fico angustiado, confuso e vazio.

Onde está a minha paz? É hora de decidir. Tem decisão que a gente só pode tomar quando está nesses dias cor de cinza. Fica tudo tão embaçado. É tão complicado enxergar o melhor caminho. Posso tropeçar e cair. Posso me machucar muito. E até meter a cara no chão. Mas eu vou... continuo indo e insistindo em viver assim. Agora eu quero decidir se vou fazer o que nunca quis fazer. Agora entendo por que tanta gente sempre diz aquela famosa frase “nunca diga nunca”. Eu disse e não deveria ter dito. Mas posso recomeçar, né? Posso reinventar os meus conceitos. Posso fazer outra escolha.

Pra te falar a verdade, não estou angustiado por mim. Estou mais preocupado com que os outros vão pensar. Será que eu nunca vou mudar? Olha só! Estou dizendo ‘nunca’ de novo. Desculpa, estou aprendendo ainda. Sei que posso mudar. A marca vai ficar em mim. A marca não vai ficar nos outros. A escolha deve ser minha e não dos outros. Os outros devem se preocupar com suas escolhas, com seus caminhos, com suas consequências. Cada um enfrenta a sua própria tempestade interior. Estou enfrentando a minha. Posso te dizer que não é fácil. Mas isso não me faz desistir. Só me faz querer ir além. Além de tudo isso, existe algo que me espera. E esse algo vai me aquecer. Vai secar as muitas lágrimas que meu coração chorou. Vai trazer a paz que eu sempre estou a procurar. Vai trazer mais... eu espero. E só.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Para você que nem sei se existe




Quero escrever para você que não sei se existe de verdade. Quero escrever para você que está vivo dentro de mim. Quero escrever para você que talvez esteja me esperando. Quero escrever para você que mantem viva a chama da esperança. Quero escrever para você que esconde muitas feridas atrás de um sorriso bonito e um rosto sereno. Quero escrever para você que procura um remédio que cure todos os seus medos. Quero escrever para você não tem medo de ser gente. Quero escrever para você que se deixa doer por quem merece e também por quem não merece tanto assim. Mas, sabe de uma coisa? Todo mundo merece um pouquinho da gente. É para você que eu escrevo agora.

Não sei do seu passado. Não sei do seu presente. Muito menos do seu futuro. Eu queria estar no seu passado para poder fazer alguma coisa por você. Sei que seria incapaz de evitar as suas dores. Há coisas são inevitáveis e que têm que acontecer. Eu queria estar agora no seu presente, fazendo parte do seu hoje. Queria te fazer sorrir. Queria plantar na terra do seu coração. Mas você não está aqui. E se estivesse, não sei se você me permitiria fazer isso. Não me importo. Isso não apaga nem diminui o meu desejo e a minha esperança. Queria outra coisa mais. Queria fazer parte do seu futuro. Mas isso só depende de você. Claro, eu sei que depende de mim também. Depende de nós. Só existe um nós quando os dois descruzam os braços e se abrem. Um para o outro. Não basta só um deixar o coração aberto. Tudo precisa ser recíproco.

Enquanto um abre os braços e rasga o coração, o outro permanece também com os braços abertos e, com o coração desejoso de receber tudo aquilo que o outro traz consigo. Penso que nem tudo que você traz é doce. Tem muita coisa amarga e azeda. Acho tem coisa estragada também. E quem não carrega essas coisas? Me diz! Todo mundo um dia tem sua bagagem negativa. Infelizmente a gente sofre pra viver. Mas vale a pena. Mesmo assim, eu receberia tudo que você traz. Enquanto você estiver amargo eu estarei doce. Vamos equilibrar nossas emoções. Eu te ajudo e você me ajuda. Enquanto você estiver no escuro eu vou lá acender a luz pra você não ficar com medo. Só não tenha medo de mim. Sou como você. Também quero viver. Também quero me livrar de todos os pesos desnecessários. Também quero quebrar as minhas correntes. Quero sair dos meus limites. Quero fazer mais.

Tenho um medo. Sei que você pode ter também. Tenho medo de você não fazer o mesmo por mim. Tenho medo da indiferença. Indiferença é uma coisa que dói tanto. Nunca entendi por que a diferença dói mais que o ódio de uma pessoa. Deve ser por que você se sente menosprezado, ou por que você se sente nada diante de quem você desejaria ser “tudo”. Mas a gente não é tudo na vida de uma pessoa. E eu não quero ser tudo na sua vida. Quero ser só um pouquinho. Não importa o quanto. Só quero ver seu coração aberto pra mim. Só quero te ver estender a mão pra mim. Só quero ver você segurar a minha mão bem forte e caminhar ao meu lado contando as coisas do seu coração. Já imagino a gente andando de mãos dadas. É a única coisa que ouso imaginar. Sei que tem gente que acha tão insignificante e banal andar de mãos dadas. Mas, eu não. Gosto do simples. Gosto do pequeno. Gosto dos gestos que aproximam. Gosto do carinho, do afeto, do amor puro e desinteressado.

Quem sabe, um dia, eu goste também de você. De você, que nem sei se existe de verdade.

terça-feira, 19 de junho de 2012

O amor é frágil



O amor é frágil. Frágil demais. Você já viu um cristal? Então, o amor é frágil e transparente como um cristal. Infelizmente nem sempre sabemos cuidar bem dele. Somos tão imperfeitos. Erramos tanto. Mentimos para não magoar. Escondemos segredos com medo de a pessoa deixar de nos amar. Mas, acabamos nos magoando e ferindo profundamente quem mais amamos. Por isso, deixamos que o amor, o frágil cristal, escorra por nossas mãos. Ficamos completamente impotentes. Mal conseguimos reagir no momento em que ele cai ao chão. Isso dura pouco.

Então, vemos aquele amor diante dos nossos olhos, partido em mil pedaços. Ficamos desesperados para juntar todos os pedacinhos. Caímos bruscamente sobre todos aqueles cacos que, um dia, chamamos de amor. A única vontade é de juntar tudo logo. E tem que ser o mais rápido possível! Mas a pressa só nos faz ficar mais machucados e feridos. No calor do momento, fazemos tudo sem pensar. Perdemos a prudência. Esquecemos que o amor é paciência. E, se ele realmente era amor, precisamos aprender a esperar o tempo certo para juntar cada pedaço que ficou ao chão.

Quando o amor se quebra, ficamos no chão. Esperamos alguém para nos levantar. Somos frágeis assim como o amor. Porque todo mundo é feito de amor. Mas não fique aí no chão. Não fique se cortando mais com o que restou. O tempo vai passar, e você vai conseguir amar. Sim, você vai se encontrar de novo. Pode cair mais uma vez. Até várias vezes. Mas, um dia, você vai se encontrar. Não deixe de procurar. Não deixe...

Ame.

domingo, 17 de junho de 2012

O lugar onde Deus me quis



Fechar os olhos nem sempre foi fácil ou bom. Meu medo da escuridão interior me fazia sempre viver em fuga de mim. E, às vezes, ainda faz. Corria constantemente contra as minhas assombrações. Minha luta sempre foi para um dia me sentir bem ao olhar para dentro e ter paz. Ficar em paz comigo mesmo. Parece fácil. Mas não é. Quem chega do lado de fora, logo pode ir embora. Mas, eu permaneço aqui. Sempre dentro de mim. Não há escapatória. Sou o meu melhor vizinho. Sou a minha melhor companhia. Fico sempre a sós com meus medos e angústias. Nem quando coloco “pra fora” em palavras verbais ou escritas, consigo expressar tudo. O tudo é muita coisa.

Vez em quando até sorrio sozinho com as minhas meninices. Aquelas coisas bobas que a gente pensa e sonha e fica fantasiando e imaginando que um dia pode acontecer. Começo a flutuar até cair no concreto da realidade. A queda dói. Mas há dores que são necessárias. Apagar a luz, algumas vezes, também dói. É tão fácil vestir uma roupa bonita, arrumar o cabelo, passar uma base pra esconder as espinhas. Porém, é tão difícil ficar sozinho comigo. É tão difícil ficar nu diante dos meus próprios olhos.

Ver a verdade é como levar um tapa na cara. Eu disse tapa na cara! Fazer carinho no meu coração é bom. Faz muito bem pra mim. Mas não posso viver no comodismo do afago e da calma. Preciso me confrontar. Preciso me ver mais. Preciso tirar a roupa. Preciso me mostrar e deixar de me esconder. Porque, quando estou perto das pessoas, posso até me esquecer por alguns instantes. Mas, quando as luzes dos olhares em minha volta se apagam, vejo o que não queria ver. Encontro o que não queria encontrar. Poderia me afundar em meu travesseiro, ouvir uma boa música e ir dormir. No entanto, entendi que a gente só dorme para fugir da dor, quando a gente é criança.

O tempo de criança já passou. Aquela fase já passou. Chegou o tempo de encarar as coisas como elas são. Sem essa de esconde-esconde. Agora é hora de encara-encara. Chega de ser forasteiro. E viver tentando me achar nos olhos, no rosto, no sorriso ou no coração de alguém. Já me perdi em alguém, mas, hoje, me encontro dentro de mim. Apesar de nem sempre ser afável viver por aqui. Mas foi onde Deus me quis.

Enfim, só me resta sempre fechar os olhos e não ter mais medo de mim.

sábado, 16 de junho de 2012

Subindo a escada



Na busca de mim, vez em quando, me sinto num filme de terror. Subindo numa escada rolante para me encontrar comigo mesmo, com aquilo que sou, de repente, já no começo da subida longa e lenta, me deparo com algo assombroso lá no topo. Algo me espera. Mas o que me espera me assusta muito. Tenho medo. Sinto vontade de voltar. Porém, a escada continua me levando pra mais perto.

Então, decido descer mesmo com a escada rolante me puxando pra cima. Aí começa uma luta. Eu tento descer, mas a escada não deixa. Sinto raiva da escada. Começo a me desesperar. Afinal, o que tem lá em cima não me é agradável. Não quero. Luto contra. Começo a me sentir cansado. Quando dei por mim, percebi que o que me causava tanto medo, e pavor, era justamente o que eu sou e o que eu devia/devo ser.

Então, por que o medo, Rafael? É porque coisas novas me dão medo. E aquilo me parece incomum. Mas, sabe de uma coisa? Sempre quis ser incomum. Não acho legal ser normal.

Dei-me por vencido. Deixei a escada me levar. Agora, no momento em que decidi me encontrar comigo, a escada começou a ficar lenta de novo. É... na hora em que o medo me desesperava, ela começou a ficar mais rápida. O desespero e a vontade de fugir da realidade faz isso com a gente. Tira a paz. Tira o sossego.

Na verdade não existia nenhum monstro lá em cima. Era só uma coisa nova. Um “eu” que eu devia encontrar. Quanto mais a escada sobe, mais eu posso me ver lá em cima. Confesso que, às vezes, quero virar as costas e começar a descer de novo. Dá um cansaço. Mas, lá em baixo as coisas voltarão a ser tudo sem cor. Tudo voltará a ser frio e vazio. É só perceber isso que volto a olhar lá pra cima. Desejando me encontrar comigo. A subida não é fácil. Nenhuma subida é. Mesmo que seja pela escada rolante. Essa é diferente. Mas vale a pena subir. Pois, quanto mais subo, mais certeza eu tenho que é bom estar aqui. Foi bom ter escolhido essa escada. Aqui é cheio de cores. É claro que há dias de preto e branco. No entanto, eles são passageiros. A alegria de ser, dura mais que a tristeza e a insegurança de não ser nada nessa vida.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Eu nunca quis casar



Posso sonhar um pouquinho? Acho que posso, né? Então, eu queria me envolver numa bolha e imaginar as coisas do meu jeito, com meus gostos e, colorir o meu mundo com as minhas cores preferidas. Parece que é o meu momento egoísta. Desculpa, mas de vez em quando me faz bem. Me faz bem achar que tudo pode ser diferente. Não precisa ser conto de fadas. Acho tudo isso muito ilusório. Não me engano com essas historinhas bobas. Pra te falar a verdade, eu nunca quis casar! É isso mesmo que você leu. Já te disse que eu não sou normal. Se você não acreditou, agora pode passar a acreditar.

Normalmente, todo mundo cresce pensando em um dia encontrar uma pessoa legal. Quem sabe o amor que complete a sua vida. Depois de algum tempo, quando estiverem bem estruturados, se casam e formam uma família. E, depois de mais um tempo, planejam ter filhos. Parece até uma ditadura. Você nasce assim. Você cresce assado. E acaba cozido. Perdão, mas eu não nasci assim. Essa forma de pensar é linda. Mas, desde pequeno, nunca pensei em me casar. Sempre achei que ia ficar sozinho. Que ia morar sozinho. Nunca achei que tinha vocação pra formar uma família. Até me chamaram de “frio” quando eu disse isso. Não me acho uma pessoa fria. Estou sendo sincero e abrindo meu coração. Posso?

Bom, acho que agora estou me descobrindo. Estou conhecendo sonhos que nunca foram despertados em mim. É impressionante a força que o sonho tem em sua vida. Ele te fez pensar diferente. Ele te faz ter esperança. Ele te faz mudar as coisas do lugar. Ele te faz pintar a faixada da sua casa com as cores que você achava horrível. No meu caso, de amarelo e laranja. Detesto essas cores. Porém, em certo momento da sua vida, você percebe que aquelas cores dão mais alegria à sua vida.

Acho que minha vida estava um pouco em preto e branco. Sem cor nenhuma. De repente, percebi que a vida não parou. Acho que eu apertei o freio de mão e estacionei em algum lugar. A vida é movimento. Algo se movimentou dentro de mim. Esse algo me fez perceber que eu não posso viver assim pra sempre. Confesso que achava que ninguém iria se interessar por mim. Considerava-me incapaz de despertar algum interesse em alguém. De repente, a vida me mostrou um lado de mim que não conhecia. A vida me fez entender que eu posso ter esperança. Eu também posso sonhar com alguém. Um alguém que, na verdade, eu sempre sonhei. Mas pensava que esse alguém estava muito, muito, mais muito distante.

Meu pessimismo e minha falta de amor próprio tornaram os meus sonhos muito distantes. Sei bem que nem tudo vai ser do meu jeito. Sei que não vou encontrar uma pessoa perfeita e que seja tudo o que eu preciso. Não quero exageros. Não quero perfeição. Não quero a pessoa me prometa a lua e todas as estrelas.

Fico feliz com coisas pequenas e simples. Nunca procurei alguém fora do comum. Só quero alguém que tenha coragem de segurar minha mão. Em público e a sós. Alguém que enfrente o mundo comigo. Alguém que não tenha medo de ser. Alguém que não fuja da verdade. Alguém que seja sincero. Alguém que me queira do jeito que eu estiver. Alguém que ame o meu lado cheio de luz. Mas, também alguém que ame o meu lado feio e escuro. Alguém que acenda a luz quando eu estiver com medo e sem força para levantar. Alguém que me ajude a abrir a porta quando eu estiver com medo de sair. Alguém que tente me encontrar quando eu estiver perdido de mim mesmo. Alguém que sorria com docilidade e diga uma coisa bonita e que faça ficar em paz. Não precisa ser “eu te amo”. Troco um “eu te amo” vazio por um abraço quente.

Quero alguém que seja o fogo para derreter o gelo que existe em mim. Quero alguém que seja a chuva para regar a terra árida do meu coração. Quero alguém que seja o meu cobertor quando eu estiver com muito frio. Quero alguém que seja o meu abrigo quando eu estiver com medo de mim. Quero alguém que seja assim. Alguém que seja assado. Alguém que seja de tudo um pouco. Só pra não enjoar. E, se não for, não tem problema. Afinal, quem ama de verdade, nunca enjoa. Pois, o amor é renovação. Não pode ser mais um beijo. Não pode ser mais um olhar. Não pode ser mais um abraço. Cada gesto tem seu valor. Não é algo que se repete. Porque coisas repetitivas enjoam. É algo que se renova a cada instante. Amor também é isso. Renovação.

Que se renove em nós a força de um amor verdadeiro. Não sonhe com cenas de filme ou de um bom livro de romance. Talvez você esteja esperando a pessoa se ajoelhar em seus pés e fazer um pedido bonito. Quem sabe, a pessoa pode ter esbarrado em você hoje. Mas, você nem percebeu. Esteja atento. O amor nem sempre avisa que chegou.

Ninguém consegue viver sozinho



Com tanta coisa para viver lá fora, será que eu vou continuar aqui dentro? Não dá. É falta de amor pela vida. A vida sempre me estende as mãos cheias. Não posso ficar com as mãos fechadas. Não posso ficar fechado aqui dentro desse quarto. É bom ficar sozinho. Mas a gente não consegue viver sozinho pra sempre. O ser humano nasce com essa necessidade do outro. E reconhecer isso é saber ser humilde.

A autossuficiência estraga tudo. Porque você sempre está com nariz empinado, com o peito inchado, pisando em casca de ovo. Parece que você se basta, e que ninguém mais no mundo existe. Mas existe muita gente nesse mundo. Só consegue ver as pessoas que nele existe, quem sabe tirar os olhos de dentro da sua própria casa. Não adianta ficar olhando pela janela. Não adianta ficar na vontade de ir lá fora. Como uma criança que vê os amigos brincando na rua, mas não pode ir. Tem tanta gente que precisa de você. Você precisa de tanta gente. Ser gente é ser assim. Saber que um precisa do outro.

Sei que ninguém pode depender totalmente de outra pessoa. Pois, todo mundo é humano e erra. Mas muita gente não entende isso. Depois de colocar sua confiança nas mãos de alguém especial e, de repente, se decepcionar, você não se abre mais. O seu mundo. A sua casa. O seu coração. São os seus limites. Deles, você não sai. Deles, ninguém te tira. É triste isso. É triste ver tanta gente completamente fechada por causa das decepções e mágoas que sofreu. Mais triste deve ser a pessoa que vivi assim.

Somos tão sensíveis, tão frágeis. Não dá pra evitar as machucaduras. Vão te fazer sofrer. Vão te magoar. Vão te machucar e te trair. Vai doer muito. Mas você não pode se esquecer de que você pode fazer o mesmo um dia. Algum erro você pode cometer. Você erra como todo mundo. Nós erramos e isso é inevitável. Essa sensibilidade que você carrega aí dentro te faz sentir tudo com mais intensidade. Ninguém pode te culpar por você estar assim hoje. Você não tem culpa. Mas não dá pra viver pra sempre se fazendo de vítima. Não dá pra se esconder pra sempre. Não dá pra evitar a vida. Porque, quanto mais você evita a vida, mais ela passa por você sem que você possa fazer nada a respeito.

Desculpa se estou sendo intrometido ou se estou invadindo seus espaços. Só queria dizer: eu acredito em você! Sabe... mesmo não te conhecendo muito bem. Acredito em você. Um dia, alguém acreditou em mim. E isso me fez acreditar de novo nas pessoas. Então, não se esconda mais, por favor. Nem todo mundo é igual. Sempre existe alguém especial e que pode fazer a diferença em sua vida. Deus sempre está pertinho de nós, através de pessoas que simplesmente nos ama. Você só precisa se abrir de novo. Você precisa dar uma chance pra você. Dar uma chance para tanta gente que tenta se aproximar. Deixe as paredes que te sufocam caírem de uma vez por todas. Deixa de resistência. Não coloque mais limites. Você precisa ser feliz. Você precisa viver. Quem se priva da vida, não vive. Só existe.

Você quer viver ou existir?

domingo, 10 de junho de 2012

Se é amor...


“Se é amor vai te fazer bem, seja perto seja longe. Se é amor vai te trazer paz, mesmo quando alguma coisa não está certa. Se é amor vai te fazer chorar, porque ninguém é perfeito, mas vai te trazer alegria simplesmente por ser amor. Se é amor vai te melhorar porque não faz sentido você viver triste por amor, choramingando pelos cantos, enfurnada sem quer sair ao sol, se humilhando até. Porque amor tem que te fazer bem, querida. Tem que te fazer feliz.

Por muito tempo eu achei que a gente deveria ficar fazendo todo sacrifício para manter esse sentimento, mas o amor, só pelo fato de ser amor, não pode se alimentar de dor ou qualquer sentimento que não seja bom; e geralmente depois de você fazer tudo que estava ao seu alcance é o que sobra... Quando você corre além dos limites você sabe que precisa parar um pouco, tomar uma água, respirar. Coração também cansa, também precisa de novos ares. Sabe que por mais que ele queira ficar batendo não vale a pena passar dos limites e parar.

Corte da sua vida o que te faz mal, não tente se alimentar do que não presta, tenha sentimentos bons, ame e faça o que estiver ao seu alcance para mantê-lo, mas lembre-se que tudo está dentro de você. Por isso antes de cuidar de outros lugares, priorize esse ambiente, é nele que você acordará primeiro, é dele que você não poderá fugir...”

(Paloma Guimarães)

sábado, 9 de junho de 2012

Mulher



Todo peso e toda leveza do mundo, estão sob uma mulher. Mulher carrega o peso de um coração que precisa se desdobrar entre ser forte e ser leve, ao mesmo tempo. Forte para suportar todos os golpes de pessoas duras. E leve para deixar cair todo peso das decepções. Mulher consegue sorrir mesmo quando o coração está pesado e a cabeça congestionada de preocupações. Mulher consegue amar mesmo quando o homem é duro, frio, insensível e acha que o seu lugar é só na cozinha. Mulher sabe o seu lugar. Seu lugar é maior que os pequenos cômodos de sua casa. Mulher consegue estar em mil lugares mesmo tendo só um corpo. Mulher recebeu de Deus o dom da bilocação do coração. Mulher deixa seu coração em cada canto. Sem medo do que pode acontecer. Ela não é irresponsável. Ela sabe cuidar de seu coração. Acontece que mulher sonha demais. Mulher acha que tudo vai ser recíproco. Mulher vivi esperando um gesto pequeno e simples. E, quando não vem, ela se contenta com o que tem. Mulher gosta de rosas. Mulher gosta da cor das rosas. Mulher gosta do perfume que exala das rosas. Mas, infelizmente, mulher só recebe os espinhos. Mulher de vez em quando fica ferida e se sente sozinha. Mulher sente o mundo pesando em suas costas. Mulher chora sozinha no escuro. Mas, depois enxuga as lágrimas, lava o rosto e sorri pra todo mundo. Mulher é a sua própria morfina contra a dor insuportável da indiferença do homem. Mulher sabe amar os outros. Ama demais. E quando os outros não sabem amá-la, ela se ama. Mulher vive flutuando com os pés no chão. Mulher é esperançosa. Mulher não quer ver ninguém triste. Mulher quer saber de tudo. Mulher quer cuidar de tudo. Não é transtorno obsessivo compulsivo. É amor. É carinho. É cuidado. É tudo e um pouco mais. Afinal, em seu coração não cabe o mundo. Nada disso! Em seu coração cabe o universo. Simples. Pura. Divina. Humana. Ela se chama... MULHER!
P.S.: Essas palavras são insuficientes para demonstrar todo meu amor e admiração a cada uma das mulheres da minha vida.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Todo mundo se arrepende




Quem nunca se arrependeu? Por favor, levanta a mão. Acho que ninguém levantou. Pois é, afinal, todo mundo se arrepende um dia. Pode ser um arrependimento grande ou um arrependimento pequeno. Todo mundo se arrepende em algum momento da vida. Mas, viver estacionado no arrependimento é proibido. A gente deveria até receber uma multa por isso. É claro que a gente não vai receber uma multa. Porém, algo pior pode acontecer. A gente nunca vai conseguir viver de verdade. Nosso caminho será sempre pra trás e nunca pra frente.


Você quer viver de passado ou de presente? Tem gente que costuma dizer (e ouvi minha mãe dizer isso essa semana): “quem vive de passado é museu”. Minha mãe, e a gigantesca quantidade de pessoas que diz isso, não estão erradas. Não dá pra viver de passado. O passado tem que passar. Se arrepender de algo que você fez ou deixou de fazer, é uma coisa, mas, ficar paralisado, estacionado nessa situação, é uma crueldade com a gente mesmo. Você pode não ser masoquista, mas acaba sendo indiretamente.


Não sei você, mas eu já me maltratei muito. Já fui carrasco de mim. Sempre que fazia algo errado, me punia me feria e me condenava pelo que fiz ou não fiz. Já fiz coisas que muitos consideram errado. Mas fiz por que realmente quis fazer. Até hoje não me arrependi. E acho que não vou me arrepender. No entanto, às vezes, carrego um arrependimento comigo. Arrependo-me de não ter agido de uma forma diferente, de não ter feito mais. Enfim, não me arrependi por uma coisa, mas me arrependi por outra. Nós somos muito contraditórios. Quer dizer, eu sou muito contraditório. Não posso dizer de você. O que sei é que o arrependimento nos deixa completamente presos no que já deveria ter passado em nossa vida. É normal pensar que poderia ter sido diferente. É normal pensar que você poderia ter se doado mais e feito mais por alguém. É normal pensar que foi feio aquele gesto e, aquela palavra naquele momento em que, a pessoa que você ama tanto, precisava de outra coisa. É normal pensar que você poderia ter demonstrado mais o seu amor. Tudo isso é normal. Ninguém é obrigado a viver ileso. Ou melhor, ninguém está ileso a isso. Quem é gente de verdade e, vive de verdade, se arrepende e quer voltar atrás. E, às vezes, se decepciona, pois, em alguns casos não há mais como voltar atrás. Já foi feito. Não tem como remediar.


Vejo tanta gente se lamentando por não existir uma máquina do tempo pra poder voltar lá e fazer diferente. Isso é arrependimento pesando. Talvez seja a culpa vindo, de mãos dadas, com ele. A culpa só te tortura. E ela se torna mais pesada quando você percebe que não tem como mudar o que você fez. Sabe... eu também queria poder voltar no tempo. Queria voltar só pra fazer mais por meus pais. Não queria que eles tivessem se separados. Isso ainda dói em mim. Eu sei que não fui culpado. É que vez em quando penso que eu poderia ter feito alguma coisa. Mas, por outro lado, entendo que eu não tinha poder sobre a situação. Eu poderia ter esgotado todas minhas forças e, ainda assim, seria em vão. Pois, a relação estava nas mãos deles. Não em minhas mãos.


Não sei do que você se arrepende. Porém, ainda há arrependidos que podem voltar atrás. Se você não conseguiu amar, e demonstrar o amor que você sente, ainda dá tempo. Mesmo que o tempo pareça correr a passos largos. Você pode alcançá-lo. Só não vai alcançar se você ficar aí, parado no arrependimento. Deixa o passado simplesmente passar por você. Deixa o hoje, o presente, o agora, imperar em sua vida. Deixa sua vida andar. Deixa o fluxo do rio ir além. Além das suas culpas. Além daquilo que você ainda fica remoendo aí dentro do seu coração.


Sei que não é fácil viver com a culpa sussurrando em seu ouvido. Agora é hora de gritar na cara dessa descarada que você é humano. Que você também é gente. Que você erra. Mas que você pode fazer de novo. E fazer diferente. É nessas tentativas que um dia a gente se encontra. Mesmo você que não tem como tentar de novo. Saiba que você precisa se perdoar. Você erra. Todo mundo erra. Só não erra quem não está vivo. Deixa de ser carrasco. Seja mais carinhoso com você mesmo. Faça carinho no seu coração. Aceite que você errou. Assuma seu erro. Arrependa-se. Mas viva! Pois, a vida não vai esperar a sua boa vontade de se levantar de onde você ficou parado. Você tem esse instante pra se decidir. A escolha é sua. Assim como você fez uma escolha errada um dia e se arrependeu. Hoje você pode fazer uma escolha diferente. Pode fazer uma escolha certa. Perdoar-se. Aceitar-se do jeito que você é. Aceitar o que você fez. Entender que precisava acontecer. Sim, aquele erro era para que você pudesse aprender algo. Não sei o quê. Mas sei que algo a gente aprende.


Aprende e não esquece. A vida foi feita pra quem se respeita. Respeita a sua simples condição de ser humano.

O errado é certo e me faz feliz


Demora um bom tempo pra gente entender certas coisas em nossa vida. Afinal, a gente é criança por dentro. E, certas coisas, são incompreensíveis pra uma criança. Não adianta tentar quebrar a cabeça e fazer de tudo e, mais um pouco, para compreender o porquê de algumas circunstâncias acontecerem conosco. Criança não entende mesmo. Criança está em fase de aprendizado. E, a vida é justamente isso. Aprendizado. Um constante e demorado aprendizado. Desde o primeiro ao último suspiro de nossa vida estamos sujeitos ao aprendizado que a vida quer nos submeter. Mas, infelizmente, muitos de nós, não estamos dispostos a nos submeter em todos os momentos.
Se a gente não se submete a vida fica mais difícil. É difícil viver. Todo mundo sabe disso. Não é novidade pra ninguém. Você está enganado se acha que a vida é fácil, ou que deveria ser fácil. Quanto mais difícil for, mais a gente luta e sabe dá valor no que a gente conquista. Leva um bom tempo pra conquistar o que queremos. Mas, um dia, a gente conquista. A gente conquista a verdadeira felicidade. O que mais a gente quer é ser feliz. Nós lutamos sempre pra isso. Ninguém quer viver mergulhado na tristeza e na angústia. Há momentos em que ficamos assim mesmo. Não tem como fugir. Isso só não pode se tornar um vício.
Vivi um bom tempo mergulhado nessa tristeza. Por mais que eu sorrisse e deixasse escapar espasmos de contentamento ao lado das pessoas, não me sentia feliz de verdade. Eu vivia no lado escuro da vida. No lado que, na verdade, não é da vida. Esse lado é nosso. É a gente quem cria. O lado onde tudo parece errado e tudo te faz se sentir culpado.
Sempre me senti uma pessoa errada tentando ser a pessoa certa. A pessoa que faz a coisa certa. Mas, de tanto tentar fazer isso, acabava errando mais. Pois, na verdade, o que era errado (naquele tempo), era o que seria a fonte da minha felicidade. Não estou dizendo que nunca fui feliz. Fui muito feliz sim. Muita gente me fez feliz. Pude viver momentos de muitas alegrias. Porém, faltava algo. Faltava aceitar o que eu era. E, no fundo, a gente sabe que esse é o primeiro segredo da felicidade. Não bastava me dizerem que eu tinha que me amar e me aceitar mais. Eu não conseguia! Era muito complicado aceitar que o errado, era o certo. E que o certo, era o errado. É confuso, não é? Mas era isso que eu vivia. Uma confusão insuportável.
O tempo passou em minha vida. Não passou de qualquer jeito. Não deixei que ele passasse despercebido. O tempo passou e deixou em mim os seus frutos. A demora que eu vivia me fez entender, de uma vez por todas, que não adiantava mais fugir. Fugir só faria com que eu deixasse a vida passar por mim. Impotente. Covarde. E o pior, infeliz. Não sou nada disso e nem quero ser. Eu sou o que sou agora. Mudado e diferente. Com a mesma essência. Afinal, a gente pode mudar sem perder aquilo que a gente guardou por tanto tempo no coração. Entendi que posso ser feliz sendo quem eu sou. Mesmo sendo errado pra tanta gente. Pode ser errado, pode ser repulsivo, você pode até torcer o nariz, e me virar às costas, mas me faz feliz.
Virei do avesso. Estou do avesso. Talvez o tempo me vire de novo do avesso. Se ele fizer isso, vou permitir. Porque não quero perder mais tempo. A vida está passando rápido demais. E eu quero ser feliz. Quero fazer mais gente feliz. Sem deixar de ser quem eu sou. Sem impedir o outro de ser quem ele é. Ajudar como eu fui ajudado. Ouvir como eu fui ouvido. A vida está diante dos meus olhos me chamando pra ser feliz. Chamando-me a transformar o errado em certo. E, simplesmente, encontrar a verdadeira felicidade do verbo VIVER.

sábado, 2 de junho de 2012

Um dia vai ser assim...



"No inverno te proteger
No verão sair pra pescar,
No outono te conhecer,
Primavera poder gostar.
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto"

O amor me escolheu


Eu escolhi o amor. O amor me escolheu. E dei um nome a esse amor. Deus. Ele é o maior amor que existe e sempre existiu. É a certeza desse amor que me faz prosseguir mesmo quando tudo à minha volta quer me fazer desistir. São tantos ventos que tentam me arrastar pra longe desse amor divino. Mas, o amor de Deus por mim, é maior. Esse amor me atrai e me faz ficar pertinho daquele me criou. A gente demora muito tempo pra entender que, sem Deus, não conseguimos absolutamente nada. Por minha conta e risco não dá pra viver. Não tenho vergonha de dizer que sou incapaz de fazer tudo por mim mesmo e com minhas próprias forças. Sou fraco. Sou limitado. Sou criança que ainda está aprendendo a andar. Criança depende de seu pai. Não tenho medo de depender do meu Pai. Meu maior medo é outro. É viver longe dos seus cuidados, dos seus braços, do seu abraço, do seu carinho e do seu amor. Por isso, não deixo de procurar todos os dias por esse Pai. Sempre ao acordar, estendo os braços e as mãos, e digo ao meu Pai que dependo dEle. Que, sem Ele, eu nada posso. Sem Ele não sei amar nem perdoar. Sem Ele não sei andar. Enfim, reconheço que preciso dEle. Depender de Deus é simplesmente maravilhoso. Não O vejo, mas sei que Ele está aqui. Não O sinto, mas sei que Ele vive e caminha ao meu lado. Mesmo quando estou amargo e ninguém quer ficar ao meu lado. Sinto seu olhar me acompanhando em cada canto que vou. Enquanto tantos desviam o olhar e não olham em meus olhos. Deus insiste em olhar para dentro de mim. E ver tudo aquilo que ninguém pode ver. Deus ama tudo que existe em mim. Deus ama tudo que eu sou. Foi o amor de dEle por mim, que me fez aceitar o que eu sou. O amor de Deus me ensinou a me amar. O amor de Deus me ensinou, e tem me ensinado a amar quem está pertinho de mim. Sem o amor de Deus eu não sei amar. Preciso. Mais que isso, necessito do seu amor. É esse amor que me faz ter mais força pra viver.