quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Voe..

“Quando nada mais lhe parecer valer a pena, aproveita as penas para criar novas asas e voe.”

Ana Jácomo

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ser doce e grato sempre

Os tempos de hoje estão nos fazendo pessoas imediatistas. Queremos tudo pra ontem, pra agora. Porque se não for, a gente fecha a cara, faz birra e acha que Deus não ouve mais nossas preces. É sempre assim. Pedimos e queremos que no céu exista um serviço “delivery”. Que nos atenta em alguns minutos. Mas não é assim e nem pode ser. Porque se fosse, o mundo estaria cheio de crianças mimadas que têm tudo o querem e na hora que querem.

Não é difícil perceber quando uma criança é mimada. Quando seus pais fazem tudo que a tal criança quer, naquele momento em que ela pede. É impressionante. Sei que não posso dizer muito sobre isso, afinal eu não sou pai. Porém isso não é difícil de perceber. Quem sabe a nossa vida toda temos vivido dessa forma. Como crianças mimadas. Tudo acontece do seu jeito, como você quer. É como se houvesse um roteiro, escrito por você mesmo, na sua cabeça. Ninguém pode mudar a ordem das coisas. Você não aceita. Sempre dentro do seu mundinho. Nada pode sair dele. A não ser que você queira. Ah, e se mudar as coisas ficam feias e não tem quem suporte ficar perto de você. Você acaba se tornando uma pessoa amarga e que não se cansa de murmurar. Talvez aquilo não era pra ser. Talvez ainda pode ser e acontecer um dia. Ou quem sabe, nunca vai acontecer. Você só precisa aceitar. Mesmo sem entender.

Será que a gente não viveu ou vive assim? Será que não está na hora de mudar essa situação e começar a deixar Deus agir em nossa história de vida?

Questionar-se é o primeiro passo para uma mudança pessoal. Quem nunca se questiona, nunca vai caminhar com firmeza, com a certeza “estou caminhando na direção certa”. É preciso se interrogar, se pressionar de vez em quando. Colocar-se contra a parede. Esse é o lugar onde eu devo estar? Esse é o caminho que devo seguir? Pergunte-se. Não espere que venham te perguntar. Só encontra a felicidade quem procura.

A vida já é tão difícil. Mais difícil para uns, menos para outros. Mas é difícil pra todo mundo. Todo mundo têm seus problemas, têm seus calos nos pés, que de vez em quando é pisado por alguma circunstância. Ai dói bastante. Porque viver também dói, às vezes. E a dor existe pra lembrar que também existe uma cura. A vida já é assim.. e a gente ainda insiste em torná-la pior com as nossas pressas. Com a nossa vontade de solucionar tudo de uma vez. A gente esquece de ter calma. E atropela muita coisa no meio do caminho. Não adianta reclamar tanto. Só vamos nos tornar pessoas mais amargas e frias. O mundo já está cheio de gente assim. O mundo precisa de gente que saiba ser doce mesmo quando a ferida estiver doendo, quando os sapatos estiverem apertando e o calo estiver aumentando. Ser doce quando as dificuldades querem nos fazer amargos.

Não seja mais essa criança mimada, amarga. Seja uma criança doce. Que procura em cada detalhe da vida um motivo pra agradecer. Ainda que não tenha saído do seu jeitinho. Ainda que a cor da sua bicicleta não seja a sua preferida. Ainda que no lugar de um bombom você tenha ganhado uma bala pequenina. Agradeça sempre. Porque você vive. Porque você tem uma família. Porque você tem o que muita gente queria ter, mas que por algum motivo, não tem. Deus quer te ver feliz e te fazer feliz. Se Ele não te der algo é porque sabe bem, que não vai te fazer feliz.

Pense nisso.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sem medo

Seria tão bom se existisse uma máquina que pudesse fotografar o lado de dentro da gente. Quem visse a foto, talvez ficasse até impressionado com o que viria. Ou quem sabe, nós mesmos ficaríamos perplexos por ver algo que não conseguíamos perceber. É assim que a gente pode se sentir. Olhar é fácil. Difícil é ver. E ver com os olhos do coração. Nem todos conseguem nem todos querem. Mas é bom ver de uma forma sensível. Ver além de um rosto cheio de espinhas, maquiado ou marcado pelo tempo. Dentro de nós existe muito a ser descoberto, desvendado. Existe lugares dentro de nós que estão abandonados e desolados. Precisando de cuidados, da nossa atenção. Não adianta fingir que você não sabe. Pois, no fundo, todo mundo sabe o que existe dentro de si. É preciso encarar a própria realidade. É momento de visitar os lugares sombrios do nosso coração. Sem medo. Com determinação e vontade de mudar. Peça ajuda. Seja humilde. Deixa que Jesus entre junto com você e acabe com todos os “morcegos” que te assombram e que levam a sua paz embora. Não importa se você se sente abandonado e ferido. Saiba que existe esperança. Não há escuridão que resista à luz que emana da presença de Jesus. Ele quer entrar, mas você precisa deixar. Você precisa entrar também. Não seja covarde. Tenha a coragem de aceitar, de se assumir do jeito que você é. Ainda que pra você não tenha cabimento os erros que você já comentou, onde você caiu. Não importa isso. O que importa mais é a sua vontade de afugentar toda escuridão do passado. Se veja, se contemple, se assuma, se aceite, se ajude, se levante. Mas não fique ai deitado, debaixo dos cobertores do medo. Coragem! Existe muita luz do lado de fora do quarto.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amar é muito mais

Amar é se aproximar das rosas mesmo sabendo que ela está repleta de espinhos. Mesmo sabendo que podemos nos machucar. A beleza da rosa é maior que o medo dos espinhos. Amar também é isso. Amar é muito mais.

Se houver machucaduras, não se preocupe. O amor cura.

sábado, 19 de novembro de 2011

A dor pode ser um pedido de socorro

Existem feridas em nós que doem muito. Muito mesmo. Mais do que a gente pensa que pode suportar. Dói um pouco no começo. Depois dói mais. Daí a gente recorre aos analgésicos, a uma forma de anestesiar a dor, por um momento, e ter sossego pra respirar tranquilamente. Mas tem horas que a dor fica mais forte e nossa vontade é de usar morfina. Porém, nem a morfina é capaz de aliviar a dor que vem de dentro. Dor que fere, sangra e machuca.

Só sabe da dor quem a sente. Por isso, é extremamente desprezível condenar ou julgar o que o outro sente. Se você não está na pele do outro, se você não está dentro dele, sentindo o que ele sente e, passando o que ele passa, por favor, não julgue. Não se ache no direito de dizer que você sabe o que ele passa. Você não sabe! Talvez até tente saber ou sentir, mas no fundo, só sabe, quem passa. Existe momento que é melhor você ficar calado. O silêncio pode ser mais acolhedor da dor do outro. Palavras, às vezes, podem ser um dedo insensível tocando nas feridas abertas. A gente que sente sabe bem, não é?

Pois é. Sentir tudo que vem de dentro nem sempre é fácil assim. Dizem que é frescura. Que é perca de tempo ser assim. Alguns brutos ou insensíveis podem até dizer que é “viadagem” (com todo o respeito digo isso, pois é dessa forma que muitos se referem à quem é sensível). Mas quem sente, sabe que existem dias que dá vontade de desistir de nós mesmos. Dá vontade dar um basta a tudo e fingir que nada mais existe dentro de nós. No entanto, não pode ser assim. A gente sabe que não dá pra viver fingindo que não existe algo dentro de nós, pedindo atenção, pedindo cuidados. Não dá pra viver empurrando tudo com a barriga. Não vamos chegar a nenhum lugar com isso. E pra quem quer viver na verdade e de verdade, sabe que pra viver é preciso ter um ponto onde a gente vai chegar e sossegar. É preciso ter um foco, uma direção.

Se existe algo dentro de nós, é preciso olhar bem pra isso, encarar a dor, as feridas mais feias que existem. Se estiver doendo é porque algo está errado. O coração está pedindo uma ajuda. Quem sabe não seja um pedido de socorro? Sabe, talvez está doendo tanto por causa de nós mesmos. Estou descobrindo que certas feridas insistem em doer, porque nós ainda insistimos em tocar nos mesmos espinhos. A vida é uma caminhada. E no caminho existem espinhos. Talvez ainda estamos voltando em lugares que já passaram em nossa vida. Voltando e tocando naqueles espinhos que deixaram feridas profundas. Talvez elas já estavam cicatrizando, mas nós somos teimosos e voltamos. O caminho da nossa vida precisa ser pra frente. Nossa vida precisa seguir o seu curso normal. Olhando pro foco, que é Deus. Ele é a fonte de toda cura para o nosso coração. Se olhamos para Ele não dá vontade de voltar. Só existe vontade de seguir, seguir o caminho de cura e restauração que Ele tem pra nós. Deus nos fez pessoas capazes de amar, perdoar e superar qualquer tipo de dor. Mas pra isso é preciso que você e eu nos ajudemos. Não adianta Deus estar diante de você, e você continuar com os olhos fechados e com os braços cruzados. Tome uma decisão.

Abra os olhos. Descruze os braços. Deus está te esperando. Como um pai que cuida de seu filhinho que acabou de cair e se machucar. Ele tem o remédio que você precisa. Ele tem o amor que o seu coração deseja. É só ir. Vá... Ele te espera.

Eu vou! E você?! Vai?

Pra quê o desespero?

“é só o vento lá fora...”

Quando ouço esse trecho de uma música de Legião Urbana, meu coração logo encontra sossego e paz. Não sei explicar direito. É inevitável ter essa sensação diferente ao ouvir uma frase tão simples, mas que pra mim, tem uma força enorme.

Há dias em que estou impaciente. Querendo uma resposta, uma direção pra minha vida. Me dá um medo do que pode acontecer, de como e quando as coisas vão se resolver. É um conflito interior interminável. Parece que não vai passar. Mas passa em um dado momento. No momento em que eu percebo que não há tantos motivos para se desesperar. Porque “é só o vento lá fora...” Mas quando estamos em conflito, uma pequena e rápida ventania, acaba se transformando em uma tempestade assustadora.

Vamos sossegar o coração. Fiquemos tranqüilos, pois existe tantas pessoas nesse mundo que estão sofrendo, padecendo em cima de uma cama de hospital, e mesmo assim, estão agradecendo à Deus por estar vivas. E nós? O que estamos fazendo? Será que a gente não reclama só por causa de uma unha quebrada? Não vamos transformar o vento numa tempestade. Fique calmo. Seja paciente. E tenha paz em seu coração.

De repente, tenho paz. E espero...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Faço parte

“Deus, eu faço parte do teu gado estranhamente humano marcado para correr, amar, morrer, querendo colo, explicação, perdão e permanência.”

Lya Luft

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Precisava acontecer

“O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura.”

(Ana Jácomo)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ainda existe uma saída

São toques tão suaves e tão doces que estão permeando meus ouvidos. Dos ouvidos, vão até a minha mente, e a caixa da imaginação e dos pensamentos é ativada. Não há como resistir ao pensamento profundo sobre tudo que tem acontecido. É como se um acontecimento se desdobrasse em cima do outro. De repente, me vejo perdido, como uma criancinha indefesa, que se perdeu de seus pais, no meio de uma multidão agitada. Criança que só tem um desejo: ser encontrada. Se encontrar no meio daquela agitação. Deixar de ser mais uma pessoa ali.

Olhando os rostos ao meu redor me sinto confuso. Olhando as paisagens me dá receio. Quem é de verdade? O que é real no meio dessa bagunça, que está me rodeando por todos os lados e me pressionando a fazer uma escolha? Não há respostas. Justamente agora em que existe essa necessidade de saber pra onde ir, o que escolher.. nada e nem ninguém responde. É o silêncio que fere e que cura. O silêncio nem sempre é abandono. Ele é preciso para que a gente se encontre, escolha o caminho, entre no lugar certo e faça a coisa certa. Naquele momento em que só ouvimos o barulho das pessoas, dos problemas a nossa volta, ainda existe um silêncio enorme. Silêncio interior. Silêncio que lembra: eu sou livre para escolher e ninguém pode me pressionar.

Escolher é tão difícil. Principalmente quando existe um silêncio insuportável dentro de nós. Desejamos tanto ouvir uma voz que nos acalme, nos traga paz e direção. Não queremos de maneira alguma nos sentir perdidos no meio da multidão, mas infelizmente é assim que estamos. Perdidos. Inquietos, estamos procurando com urgência uma forma de sair daquela situação que nos aprisiona e nos sufoca. Parece que não tem saída. Não é? Mas tem sim. Eu ainda não vejo. Confesso. Não precisamos ver para acreditar. Mas existe uma saída pra cada um de nós. Nem tudo está perdido como parece.

Estou escrevendo isso, por que existe algo dentro de mim que ainda se move e não me deixa desistir. Algo dentro de mim, me fez levantar ao som desses toques suaves, para escrever algo que me fizesse entender um pouco mais, e, te fizesse entender um pouquinho mais sobre você e o que você passa. O que passamos. Algo dentro de mim, me leva a acreditar que a criancinha indefesa e perdida (que somos todos nós) pode ser encontrada. Algo dentro de mim, não deixa que eu me preocupe com o tempo que vai levar para tudo isso acontecer. Não se preocupe com o tempo, se preocupe com o que virá depois. Algo dentro de mim tem nome. Bem verde. Como uma folha de primavera. Ela é simples... Esperança! Eu tenho, você tem e todos nós temos. Não deixe que ela seja sepultada. Se ela já foi, ressuscite-a. Abra de novo a sepultura, chore, ria, mas não deixa a esperança ficar soterrada dentro das áreas mais escuras que existem em você.

A hora de sermos encontrados vai chegar. De repente, um alguém vai romper no meio daquela multidão, abrindo espaços para chegar até você. Vai gritar seu nome. Seu coração vai bater mias forte. Você vai gritar: estou aqui! A esperança e alegria vão se misturar e queimar em seu peito. Você vai respirar aliviado e pensar: consegui...

Haja sempre esperança em mim, em ti e em nós! É o que desejo no meu silêncio.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Do lado de dentro

Não tenho medo e nem vergonha de expor aqui algumas coisas do que já fiz ou vivi. Há algum tempo atrás me consultei com um psicanalista. Foi muito bom, realmente eu estava precisando naquela época. Não que agora eu não precise mais. Só que agora aprendi (com ajuda dele) que posso solucionar muitos conflitos que existem dentro de mim. Preciso muito da ajuda dos outros, como qualquer outra pessoa precisa. Reconheço isso. Porém, reconheço também que preciso exercitar a autoconfiança. Confiar mais na minha própria capacidade de me levantar da cama, abrir a porta e sair do quarto escuro que tanto me aprisiona.

Estava vivendo dessa forma: aprisionado dentro do meu quarto escuro. Observando por uma janela minúscula o que acontecia do lado de fora. O quarto só ficava iluminado e cheio de vida quando algo acontecia. Ou seja, tudo o que acontecia dentro do quarto, dentro de mim, dependia única e exclusivamente do que acontecia em volta, do lado de fora. Era uma dependência terrível. Dependência que em apenas uma consulta, o psicanalista foi capaz de perceber. Eu também já sabia disso, mas não tinha coragem de encarar a realidade, de que eu só era feliz se todos a minha volta estivessem “bem” comigo.

Infelizmente a covardia nos derruba, nos cega e nos manipula como mãos que seguram um fantoche. Sabemos muito bem que estamos vivendo de uma forma errada, que precisamos mudar urgentemente, mas o medo não deixa. O medo sempre persegue. Aquele medo de deixar de ter a presença, o carinho, e, a cima de tudo, o amor do outro. Sempre tive esse medo. E quem me conhece bem já ouviu essas palavras vacilantes dos meus lábios: “tenho medo de todos deixarem de me amar”. Penso que são muitos os que carregam esse medo em seus ombros. É o medo da solidão, de não ter com quem contar naqueles momentos..

Além de manipulador, o medo nos paralisa e faz com que nos achemos incapazes de vencer nossos conflitos, andar no meio de uma tempestade, e ser feliz sem depender (totalmente) do que está acontecendo externamente. Se começarmos olhar bem pra dentro de nós mesmos, começaremos a perceber que somos capazes sim, que dentro de nós existe uma força tremenda capaz de nos erguer, capaz de curar toda paralisia, toda cegueira. Porque às vezes, a gente só consegue enxergar o outro, nunca nos enxergamos. Nós olhamos para o outro e vemos muita força, mas quando olhamos pra dentro da gente só vemos fraqueza e limitação. Realmente somos assim. No entanto, é na fraqueza que a nossa força (dada por Deus) se revela.

É momento de tirar os olhos da janelinha do quarto. Vamos olhar pra dentro dele. Não importa se ele está sujo, bagunçado e escuro. Se estiver assim, é hora de começar a trabalhar, de fazer alguma coisa para isso tudo mudar e ficar diferente. Não adianta ficar esperando o outro entrar e te ajudar a colocar tudo no lugar. Talvez ele esteja muito ocupado fazendo a “faxina” no quarto dele. Preocupemo-nos agora em cuidar de cada cantinho desse quarto. Limpar cada sujeira minúscula, deixar cada coisa, cada sentimento no seu devido lugar, acender a luz. E por fim, abrir a porta com coragem. Assim, quando alguém quiser entrar, vai encontrar paz e muita luz. Vai entender que ali dentro existe alguém que se gosta, se ama e se cuida. Alguém que aprendeu a confiar em si mesmo e na força que Deus dá em todos os momentos. Alguém que não desistiu de ser. Alguém que lutou pra vencer.

É isso que somos: vencedores. Em cada conquista, em cada lágrima derramada, em cada conflito contra a nossa própria escuridão, em todos os momentos. São vencedores os que não têm medo de ser feliz, mesmo que muitos a sua volta não contribuam para isso. Seja feliz, vencedor, seja amor para você e para os outros. E não espere nada em troca. Amor não exige nada. Amor só ama e ponto.