jaz no meu corpo a tua alma
jaz na minha pele o teu toque
jaz no meu toque a maldita
textura da tua pele
jaz nos meus olhos lembranças
tuas
jaz na minha língua o gosto
das tuas virilhas escorrendo
gota a gota penetrando por
entre
teus pelos me rasgam as coxas
brancas e quentes
quente engulo toda tua frieza
e não, não consegues apagar
o fogo a brasa a sede a fome
temes que eu – na minha
pequenez
– te corte entre os dentes e te
engula
todo perdido no labirinto
escondido
em minha alma
temes as correntes construídas
por suas próprias mãos e queres
a liberdade que há entre o sim
e o não
epílogo
: o amor é morte
e eu te matei
em mim