segunda-feira, 27 de junho de 2011

Descarta a anestesia e deixa doer



Me deixa triste, e algumas vezes me assusta, a maneira que as pessoas escolhem para amenizar a dor de um sofrimento que estão passando. E que me desculpem as pessoas que vivem dessa forma, mas parece covardia viver assim, sempre fugindo, sempre se escondendo com medo. Medo de sofrer e doer até sangrar.

Todos nós estamos sujeitos a passar por muitas dores nessa vida. E quem não passar, me desculpe (outra vez), mas não está vivendo de verdade. Talvez esteja vivendo sim, mas como um zumbi. Um morto vivo. Cansa viver dessa forma. Cansa sempre estar anestesiado, sem sentir dor alguma. Cansa muito! Se você ainda não se cansou já está na hora de acordar, descartar a anestesia e deixar doer.

Eu sei que nas palavras as coisas parecem bem fáceis, mas na verdade não são. As coisas mais belas em nossa vida são conquistadas com muita luta, com muitas feridas. Feridas que sangram, que doem. Feridas que, às vezes, já estão quase curadas, mas de repente vem outro acontecimento e esbarra em cheio e torna a sangrar.

Nesse processo de cura e cicatrização das feridas, usar a anestesia só piora as coisas e as tornam mais difíceis de se curar. Porque se está acontecendo um “processo” de cura é preciso que você viva esse processo. Viva cada fase. Vida cada dor, cada lágrima, cada gota de sangue derramada. É preciso viver!

Quem sabe hoje nos encontramos nessa situação: anestesiados. É como se tudo a nossa volta tivesse vida, e nós não. Ainda continuamos ali, adormecidos, imóveis no mesmo lugar, no mesmo estágio e na mesma dor. Há feridas em nós que já estão gritando para serem curadas.

Mas elas não serão curadas com uma caixa de cerveja, com um copo de uísque, ou com uma vida de sexo desenfreada ou quem sabe com drogas. Tudo isso é anestesia. Tudo isso é fuga da realidade. Da realidade que deveria doer, e que você deveria viver para poder vencer e perceber que todos nós temos a capacidade de vencer, de passar pela dor sem fugir.

O pior da anestesia é que no outro dia, quando você acordar, a dor virá pior. Vai doer mais. O vazio no peito, a angústia vão tomar o lugar da paz que deveria reinar em nosso coração. A paz que vem de Deus. A paz que não se encontra nas “anestesias” que o mundo nos oferece.

Encarar a dor de frente não é ser masoquista. Não é gostar de sofrer. Encarar a dor de frente é saber que existe um Deus que é a maior que as suas dores. Um Deus que toca nas feridas, que faz doer, mas um Deus que toca para curar até cicatrizar. Mas é preciso viver. É preciso sentir. Até doer. Até sangrar. Até curar e cicatrizar.

Um comentário:

  1. Só quem sabe como o sofrimento é importante para a amadurecência, da valor a ele e quer menos as anestesias que nos são oferecidas.
    Que Deus nos conceda só uma anestesia: sua presença! Que ela nos fortaleça e nos anime a caminhar.

    I ♥ you .. rs

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