domingo, 27 de setembro de 2015

Lápide


jaz no meu corpo a tua alma
jaz na minha pele o teu toque
jaz no meu toque a maldita textura da tua pele
jaz nos meus olhos lembranças tuas
jaz na minha língua o gosto
das tuas virilhas escorrendo
gota a gota penetrando por entre
teus pelos me rasgam as coxas
brancas e quentes
quente engulo toda tua frieza
e não, não consegues apagar
o fogo a brasa a sede a fome

temes que eu – na minha pequenez
– te corte entre os dentes e te engula
todo perdido no labirinto escondido
em minha alma
temes as correntes construídas
por suas próprias mãos e queres
a liberdade que há entre o sim
e o não

epílogo
: o amor é morte
e eu te matei
em mim

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