sexta-feira, 20 de julho de 2012

Reencontrar

A alegria da saudade é o reencontro. Reencontrar é muito bom, mas ruim mesmo é ter que partir de novo. Foi muito bom ter voltado aqui. Foi muito bom ter revivido algumas coisas. Foi muito bom sorrir com quem me faz sorrir de verdade. Não foi como eu pensei que seria. Nem tudo é como a gente pensa. A gente só precisa aceitar para não doer muito. Não entendo porque a saudade dói tanto. Mas acho que se não doesse não seria saudade. A saudade precisa doer pra gente saber que ela existe. Ela precisa apertar os braços das lembranças em volta do nosso corpo só pra mostrar que aquelas pessoas ainda existem e esperam para nos reencontrar.

Sentir o toque. Sentir o abraço. Sentir o carinho, o afeto e o amor. Reencontrar tem de tudo um pouco. Quando você reencontra, percebe que tudo está no mesmo lugar, mas você não está mais naquele lugar. Muita coisa mudou dentro de mim. Senti que isso não agradou muito. E não precisou ninguém me dizer. Dá pra ver no reflexo do olhar. Tem coisa que a gente não precisa usar as palavras para mostrar o que sente. Agora entendo que todo mundo precisa mudar um dia. E quando você muda, inevitavelmente, enxerga o mundo e as pessoas de outra forma. Talvez o “mundo” também esteja me olhando de outra forma. Mas é o que eu sou e o que eu sinto. Se você me acolher na sua vida, na sua casa que tem nome de coração, você precisa aceitar o pacote completo. Tudo o que tem dentro. Coisas boas e coisas ruins. Todo mundo tem um pouco de ruindade. Todo mundo tem bastante bondade escondida. Não venha me dizer que uma pessoa é totalmente ruim. Não acredito nisso.

A saudade vai tomar o seu lugar de novo. Vou sentir falta do olhar de mãe e de preocupação da minha madrinha. Vou sentir falta do “tem que comer mais, menino!” da minha avó. Vou sentir falta de alguns sorrisos amigos. Vou sentir falta da cumplicidade com alguns. Não vou sentir falta do que não é bom. Quero deixar pra trás o que não me faz bem. Não quero remoer o que passou. A vida tem passado muito rápido e tenho percebido que não vale a pena ficar estacionado no ressentimento. Quero sentir paz ao lembrar de todo mundo. Quero sentir vontade de abraçar mais uma vez e ficar ali em silêncio. Tanta coisa vai fazer falta. Mas eu tenho que ir. A vida precisa continuar. Ela sempre continua. Com dores ou sem dores. A gente precisa continuar esse caminho que escolhemos trilhar. Um dia a saudade alivia. No outro dia, ela aperta um pouquinho. E a gente vai seguindo na esperança de um dia poder reencontrar.

Um comentário:

Traga um sorriso ao meu coração :)