domingo, 2 de setembro de 2012

Não tem mar aqui


O mar me leva.

Mas aqui não tem mar.

Então deve ser (a)mar.

É isso. Amar me leva.

Me leve. Até que eu fique leve.

Até que eu não me sinta.

Até que eu não me sinta e nem te sinta.

Até que todos os meus nós se desatem.

Até que minhas correntes se quebrem.

Até que minhas cadeias se abram.

E eu possa ir.

Ir e não ficar.

Amar não é ficar. Amar é ir.

Calma, eu disse ir. Não disse abandonar.

É tão diferente.

Amar é diferente.

Sinta o balanço das ondas que te levam.

Mas não vá se você não quer ir.

Amar te liberta. Amar te prende.

Amar é ter uma carta de alforria.

E ainda assim preferir permanecer sobre o domínio do seu senhor.

Amar é contradizer-se sempre.

Assim como faço agora nessas linhas que talvez você nem entende.

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