Não me ame. É isso mesmo que você lê agora. Eu, que me mostro tão necessitado de ser amado, estou te pedindo. Não me ame. Me amar pode ser perigoso e eu posso amar demais o seu amor. Essa é a linha tênue que me divide. Preciso, necessito e quero ser amado, mas, por outro lado, tenho medo por quem me amar. Tenho medo de ficar entorpecido por essa droga. Tenho medo de perder o juízo. Tenho medo de me viciar e depois passar pelas terríveis crises de abstinência. Tenho medo de tanta coisa que nem sei expressar em palavras.
Queria aprender a amar sem amar o amor que a pessoa sente por mim. Tem como? Não sei. Acho que não. Porque quando a gente ama, normalmente, ama tudo. Ama a pessoa. Ama o amor que a pessoa sente por nós. Ama os gestos. Ama as palavras, os olhares, os silêncios, as brincadeiras, enfim, ama tudo e mais um pouco. Tenho tanto medo de me encaixar, me acomodar e não querer sair mais. Um dia a pessoa poderá enjoar de mim. Um dia ela vai querer me expulsar de dentro de si. E eu vou ter que sair. Porque quando uma pessoa não te quer, você não pode ficar. Ninguém é obrigado a me aceitar dentro de si. Assim como também não sou obrigado a aceitar que alguém viva dentro de mim. Só deixo ficar quem eu quero. Só deixo ficar quem eu amo. E quem me faz bem.
O problema está aí. E quando a pessoa não quiser mais? Vou ter que sair. Vou ter que me expulsar contra minha própria vontade. Mas a droga já foi injetada em minhas veias. O amor da tal pessoa já corre em minhas veias e estou completamente dependente. Mas o outro não se importa como estou ou como posso ficar. Só quer me expulsar. Só quer se ver livre de mim. Mas estou ali querendo mais daquele amor. Pedindo. Implorando. Mas o amor acabou. A droga se esgotou. E meu coração começa a sofrer as crises insuportáveis da abstinência. Entende agora por que você não pode me amar? Não? Talvez seja melhor você não entender. Porque mesmo sabendo que posso sofrer, preciso ser amado por você. Ama-me. Entorpeça-me. Eu ansiarei por mais. Só não se esqueça: cuidado.
Ah, meio que este seu texto diz sobre o "medo de tentar", o "medo das consequências", o "não conhecer...". Sabe, o importante disso é a gente se entregar sem medo de chorar, amar e afins... Atirar-se à quem achamos que merece, ser mais inclusivo do que seletivo e viver... Aliás, a felicidade sempre está, basta abrirmos os braços à ela.
ResponderExcluirCurti garoto, rs. Eu até te amaria por este texto kkk. Seguindo.
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