Preciso que você me devore todo. Por completo e não deixe mais nada. Não deixe restos, nem sobras, nem algo que se possa dizer que ficou. Devore o que eu sinto, o que sou, o que quero ser, até o que não sou, até minhas imperfeições, minhas amarguras. Tenho um lado muito doce e você pode enjoar de mim. Mas, para equilibrar, também possuo um lado amargo. Que vez em quando é muito amargo e você pode sentir vontade de recuar. Desculpa, mas eu sou assim. Não consigo ser doce sempre. Tento, mas não consigo. Respeito-me e peço que você me respeite também. Não existe nada além de uma vontade simples de te dar o que tenho. Não é muito. Não sei se é tudo aquilo que você precisa. Mas é o que eu tenho aqui comigo.
Se você soubesse das tantas noites frias em que eu esperei que você fosse o meu cobertor. Se você soubesse dos dias intermináveis em que eu vivi esperando que você chegasse e me roubasse a solidão, me tomasse pela mão e me apresentasse um novo caminho. Um caminho novo. É isso. Quero um caminho novo. Sei que não dependo e nem dependerei de você para encontrar esse caminho. Porém, existem momentos em que a gente só precisa de uma mão. Uma mão que toque sem medo de tocar. Uma mão que seja o fio condutor do coração. Preciso entrelaçar meus dedos aos teus e sentir o inexplicável. Sentir segurança. Sinto-me seguro agora, mas confesso que preciso da segurança dos teus braços envolvendo meu corpo frágil e raquítico.
Deixa-me caber no teu abraço. Deixa o teu abraço ser minha morada. Moro dentro de mim e isso me incomodou por algum tempo. No entanto, agora me sinto bem morando dentro de mim. Como eu poderia morar no teu abraço se eu não havia nem aprendido a morar no meu? É verdade. Seria impossível. Não me sentiria seguro sabendo que você poderia não estar à vontade estando com o meu corpo sobre o seu. Também não estou dizendo que você vai gostar de mim ou me amar ou se apaixonar. Nem sei se tenho essa capacidade. Até hoje essas boas novas não chagaram aos meus ouvidos. Quer saber de uma coisa? Todo mundo é capaz de ser amado por alguém. Independente do tempo que dure. O amor não é um alimento perecível que possui data de validade. O amor dura por tempo indeterminado.
Até que ponto você seria capaz de me amar? Até que ponto você entraria em meu coração? Até que ponto você entraria nos meus quartos escuros e acenderia as luzes? Até que ponto você continuaria com a sua mão entrelaçada à minha? Até que ponto? Sou exageradíssimo. Pode dizer. Não me importo mais com o que você ou eles pensam ao meu respeito. Apesar de estar mentindo pra mim e (automaticamente) mentindo para os outros. É, às vezes, eu me importo sim. Um dia eu consigo mudar isso. O que importa agora é que sou exageradíssimo mesmo. Penso no fim antes do começo. Penso na reação antes da ação. Penso na queda antes do primeiro passo. Sou assim. Desse jeito tão torto, tão anormal, tão incomum, tão eu, tão Rafael João. Só não me chame assim, afinal, eu detesto que me chamem assim. E não posso te dizer como gosto de ser chamado. Você pode se aproveitar disso. Aproveite só uma coisa. A chance que está diante dos seus olhos. As portas do meu coração abertas, dando livre acesso para que você possa entrar. Entre. Mas não fique totalmente à vontade. Vai com calma. Deixo-te ir até onde posso deixar. Tenho limites. Assim como você tem os seus. Um dia você vai chegar onde deve chegar. E estarei aqui. Esperando. Sempre. Esperando.
Você é exageradíssimo!
ResponderExcluirlindo texto, Joazinho... lindo demais
Somos exageradíssimos, Loma! Lindo são os seus olhos que me recebem ao ler essas palavras. :)
ExcluirVocê escreve vem + ou -
ResponderExcluirmas está no caminho certo, viu? rs
Maíra F.
Bom é estar no caminho certo. Esse caminho é aprendizado pra mim. Beijo. ;*
Excluir"Moro dentro de mim e isso me incomodou por um tempo."
ResponderExcluirQue frase genial é essa?
Parabéns.
Mila, obrigado! Feliz por saber que você não deixa de dar uma espiadinha aqui. ♥
Excluir