São toques tão suaves e tão doces que estão permeando meus ouvidos. Dos ouvidos, vão até a minha mente, e a caixa da imaginação e dos pensamentos é ativada. Não há como resistir ao pensamento profundo sobre tudo que tem acontecido. É como se um acontecimento se desdobrasse em cima do outro. De repente, me vejo perdido, como uma criancinha indefesa, que se perdeu de seus pais, no meio de uma multidão agitada. Criança que só tem um desejo: ser encontrada. Se encontrar no meio daquela agitação. Deixar de ser mais uma pessoa ali.
Olhando os rostos ao meu redor me sinto confuso. Olhando as paisagens me dá receio. Quem é de verdade? O que é real no meio dessa bagunça, que está me rodeando por todos os lados e me pressionando a fazer uma escolha? Não há respostas. Justamente agora em que existe essa necessidade de saber pra onde ir, o que escolher.. nada e nem ninguém responde. É o silêncio que fere e que cura. O silêncio nem sempre é abandono. Ele é preciso para que a gente se encontre, escolha o caminho, entre no lugar certo e faça a coisa certa. Naquele momento em que só ouvimos o barulho das pessoas, dos problemas a nossa volta, ainda existe um silêncio enorme. Silêncio interior. Silêncio que lembra: eu sou livre para escolher e ninguém pode me pressionar.
Escolher é tão difícil. Principalmente quando existe um silêncio insuportável dentro de nós. Desejamos tanto ouvir uma voz que nos acalme, nos traga paz e direção. Não queremos de maneira alguma nos sentir perdidos no meio da multidão, mas infelizmente é assim que estamos. Perdidos. Inquietos, estamos procurando com urgência uma forma de sair daquela situação que nos aprisiona e nos sufoca. Parece que não tem saída. Não é? Mas tem sim. Eu ainda não vejo. Confesso. Não precisamos ver para acreditar. Mas existe uma saída pra cada um de nós. Nem tudo está perdido como parece.
Estou escrevendo isso, por que existe algo dentro de mim que ainda se move e não me deixa desistir. Algo dentro de mim, me fez levantar ao som desses toques suaves, para escrever algo que me fizesse entender um pouco mais, e, te fizesse entender um pouquinho mais sobre você e o que você passa. O que passamos. Algo dentro de mim, me leva a acreditar que a criancinha indefesa e perdida (que somos todos nós) pode ser encontrada. Algo dentro de mim, não deixa que eu me preocupe com o tempo que vai levar para tudo isso acontecer. Não se preocupe com o tempo, se preocupe com o que virá depois. Algo dentro de mim tem nome. Bem verde. Como uma folha de primavera. Ela é simples... Esperança! Eu tenho, você tem e todos nós temos. Não deixe que ela seja sepultada. Se ela já foi, ressuscite-a. Abra de novo a sepultura, chore, ria, mas não deixa a esperança ficar soterrada dentro das áreas mais escuras que existem em você.
A hora de sermos encontrados vai chegar. De repente, um alguém vai romper no meio daquela multidão, abrindo espaços para chegar até você. Vai gritar seu nome. Seu coração vai bater mias forte. Você vai gritar: estou aqui! A esperança e alegria vão se misturar e queimar em seu peito. Você vai respirar aliviado e pensar: consegui...
Haja sempre esperança em mim, em ti e em nós! É o que desejo no meu silêncio.
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