terça-feira, 26 de abril de 2011

Aos pedaços


Talvez seja necessário que o coração fique em pedaços. Muitos pedaços. Para que assim seja revelado tudo aquilo que estava escondido e oculto pelas sombras de um belo coração. O belo coração que tem uma sede enorme: viver. Mas para o coração que quer viver de verdade, sabe o quanto é preciso deixar-se, abrir mão de si mesmo, para que em cada circunstância Ele possa fazer aquilo que é do seu agrado. Se para viver com intensidade é preciso deixar o coração em pedaços, eu deixo. Não quero que nada esteja escondido diante de Teus olhos. Não quero me ocultar. Não quero ser como aqueles que têm medo de si mesmo, e por isso, sempre arrumam uma forma de fugir e de se esconder dentro do quarto escuro da alma. Que seja revelado o que está escondido. Que venha a luz aquilo que está na escuridão. Não quero uma vida de aparências. Não quero teatro. Não nasci para ser ator e viver atuando em palcos que não são meus, palcos que escondem atrás de suas cortinas, muita sujeira e escuridão.

Os pedaços estão ao chão, para que possas ver em cada pedaço uma lágrima, um momento, uma circunstância. Toca cada pedaços com Tuas mãos. Recolha em Tuas mãos todos eles e reconstrua-o, por favor. Que em cada lágrima que escorrer dos Teus olhos eu perceba o quanto sou precioso e valioso aos Teus olhos, mesmo eu sendo assim tão inconstante e falho.


“Me sustentas em minha dor. E isso me leva mais perto de Ti. Mais perto dos Teus caminhos.”

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