quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O prelúdio


A casa está vazia. A porta da frente está aberta. O dia não está tão quente como todos os outros dias. Está ventando muito. Sinceramente parece o prelúdio de um grande acontecimento. Talvez a chegada simples e discreta de um grande amor. Se a porta está aberta é porque, provavelmente, eu esteja esperando por alguém. Com rosto. Com traços. Com olhos claros ou escuros. Com cabelos ao vento ou não. Essas coisas não importam quando a gente ama alguém. A gente só quer olho no olho. A gente só quer mão na mão. A gente só quer pele na pele e abraço dentro de outro abraço. A gente só quer que tudo seja recíproco.

Não importa o tempo que dure esse sentimento. O que importa é sentir. E quando voltarei a sentir tudo aquilo outra vez? Eu me faço perguntas sem respostas. Pergunto-me sabendo que o silêncio será a resposta. O amor não chegou, mas já sinto sua ausência doer silenciosa e delicadamente dentro de mim. Não sou masoquista, mas gosto de sentir essa pontada fina da falta de um amor. O amor-morfina que me mantem ileso de todas as dores dessa vida. Minhas veias ao entrarem em contado com essa droga faz meu corpo se manter vivo e querer mais. E desejar mais. É como um rio de águas refrescantes num dia quente. Quanto mais eu chego perto mais quero mergulhar nesse rio. Antes mesmo de pensar já mergulhei nesse rio e podemos ser um. O rio e eu. Somos um.

Perigoso ou não. É bom estar nesse rio. Mas vou te confessar que o rio ainda está tão distante de mim. Talvez eu esteja realmente precisando de óculos novos. Mas ainda não consigo ver muito bem onde o rio está. Talvez eu já esteja bem perto. Mas não sei. Volto ao começo e penso que agora pode ser o prelúdio do que pode acontecer daqui a pouco. A casa permanece vazia. O coração está aberto. E ninguém chega. O amor está em extinção? Ou eu exterminei o amor de mim? Vai saber...

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