sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Não julgue pela fachada da casa

Não entendo as pessoas. Na verdade, nem me entendo. Conclui-se então, que não dá para entender os outros, se nem eu mesmo me entendo. É verdade. Mas o assunto não é esse. Não consigo entender pessoas excessivamente preconceituosas. Pessoas que antes de entrar na casa do outro, já julgam de longe. A “fachada” da casa do outro não diz tudo sobre o que está dentro dela. Essa fachada é algo superficial.

A vida do outro é como uma casa. Só conhece bem uma casa, quando (logicamente) a gente entra nela. Visita cada cômodo, repara em cada detalhe, em que lugar está cada móvel, onde é mais claro e onde é mais escuro. Onde está arrumado e limpo, e, onde está bagunçado e sujo. É a realidade de todas as “casas”. De todas as vidas. E precisamos aceitar isso. Todos nós temos diferentes sujeiras, escuridões e bagunças dentro de nossa casa. Diferentes. Mas existentes. Não adianta ficar julgando o outro. Julgar é fácil quando você não está na pele dele. Vivendo dentro da casa dele. Muito fácil apontar o dedo e condenar, quando você só faz uma visitinha rápida ali, bem onde o outro habita. É desprezível! Digo com o coração contorcido. Sem exageros.

Ah, se nós tivéssemos a dignidade de olhar bem a fachada da casa. Tomar coragem e dizer: “vou entrar ali e vou conhecer o que está ali dentro, pra depois julgar se é mesmo como dizem”. E daí que ele é gay? E daí que ela é lésbica? E daí que ele se droga? E daí que ele já fez tanta coisa errada? Você já se perguntou por que eles fazem/fizeram isso? Você já se preocupou em conhecer antes de julgar? Tenha o respeito e a decência de bater na porta da casa da pessoa que você mais condena, e, peça licença para entrar. Não vá invadindo os espaços do outro com seus pré conceitos. Com suas concepções religiosas. A vida do outro é um terreno a ser desvendado. Entre com calma. Para conhecer. Entre como se você estivesse entrando em sua própria casa, em seu próprio coração. Trate a vida do outro com o mesmo amor que você deseja ser tratado. Tire os sapatos do orgulho, da falta de amor e aceitação do que outro é. E entre. Entre sem medo. Se coloque ali, naquela situação do outro e tente imaginar como seria se você estivesse passando por isso que ele passa. Pense. Imagine. Reflita. Se for preciso, deixe que a ferida do outro doa em você. Amor é assim mesmo. É tomar um pouquinho da dor do outro pra si. Só pra aliviar um pouco o peso, a dor de ser algo que inevitavelmente a gente é.

Nós TODOS somos filhos de Deus. Deus nos criou iguais. Diferentes casas. Diferentes personalidades. Pessoas com diferentes dilemas. Mas todos iguais diante dos olhos de Deus, que é Pai. Um Pai transbordante de amor. Amor que nos perdoa e aceita do jeito que somos e estamos. Sujos ou limpos. Bons ou maus. Ele nos ama e essa certeza ninguém pode nos roubar. Não deixem que roubem de você! Deus te ama. Se Deus que nos criou e nos ama tanto, não condena e nem julga nenhum de seus filhos, porque você ainda há tantos que insistem em julgar os outros? Porque ainda existe tanta gente preconceituosa, sem amor pelo próximo, sem amor por si mesmo? Por quê?! Penso que se uma pessoa tem tanto preconceito contra alguém é porque ela gostaria de ser igual a essa pessoa, mas não tem coragem de ser. De se assumir do jeito que é. Com seus defeitos e qualidades.

É preciso se aceitar. Se amar. Se assumir como filhos de Deus. Porque, a partir do momento em que eu me aceito, conseqüentemente, vou conseguir aceitar o outro. Amá-lo do jeitinho que ele é. Com suas bagunças e imensas desordens. Assim, vou aprender a amar de verdade e vou ter a capacidade de conseguir entrar na casa dele sem superficialidade, para ajudar a arrumar sua bagunça, compartilhar da sua dor. E ajudá-lo a vencer todas as circunstâncias que surgirem. Isso vem de Deus. Pois, Deus é amor.

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